Quando falamos em organizar um ambiente, nossa mente nos remete a imagens de beleza e aconchego, quase sempre com um distante som de harpas tocando ao fundo. Nada de errado com as harpas ou com o aconchego, mas a estética não deveria ser a ideia principal, aquela que rouba a cena.
Por favor, não digam por aí que eu defendo a feiura da organização. Longe de mim uma ideia dessas! O que eu digo é que o sentido puramente estético não deve (jamais!) ser prioritário sobre a lógica dos critérios funcionais de um projeto de organização. Até porque é perfeitamente possível que ambos os objetivos trabalhem juntos. Apenas é necessário observar a ordem de prioridade.
Com grande frequência, um projeto de organização que se mostrou fraco teve seu grande tropeço ao pensar na plasticidade antes de se pensar na funcionalidade. A busca da harmonia plástica deve ter lugar após a definição dos critérios que irão ajudar aos usuários daquele ambiente a executarem suas tarefas e localizarem seus objetos. O objetivo principal deve ser criar condições para reduzir o tempo gasto em cada ação, facilitar a movimentação e o acesso a cada item de uso diário.
Vamos passar da teoria para a prática?
Como seria o desenrolar de tudo isso na prática? Eu te conto. Em três dicas simples.
Dica 1: Conheça sua necessidade antes de comprar produtos organizadores

Já vi inúmeras vezes clientes comprarem lindos produtos organizadores que viram em lojas especializadas ou em blogs na internet, sem ao menos saberem como irão utilizá-los. Esses maravilhosos produtos só possuem a capacidade de realmente colaborar com a organização do seu espaço se eles estiverem sendo usados de forma apropriada. Para isso, você deve ter uma ideia precisa do que precisa antes de adquiri-los.
Uma cliente minha certa vez comprou um organizador de gravatas para o closet do marido. O objeto era de uma elegância inegável, além de permitir a separação por cor ou tipo e impedir o contato com a poeira enquanto deixava o tecido respirar. Perfeito, certo?!
O marido dela tinha três gravatas, que usava em uma frequência quase bianual. Entende o meu ponto de vista?
Dica 2: Mantenha a mente aberta para repensar seu mobiliário
Exemplo: você mora em um apartamento pequeno no qual um antigo morador deixou um armário lin-do(!) e robusto, de madeira de demolição, que você usa para guardar suas louças. Melhor dizendo: parte das louças, uma vez que ele ocupa muito mais espaço externamente do que disponibiliza internamente, obrigando você a ter parte da sua louçaria em outro armário, em outro cômodo.
Esse é um caso clássico onde a busca pela beleza compromete o bom funcionamento do projeto de organização. A solução mais óbvia para esse empecilho na boa setorização seria a troca desse móvel por uma cristaleira mais leve, com maior espaço interno e que fosse capaz de comportar todas as suas louças e ainda se adequar melhor ao seu reduzido espaço físico.
Talvez o móvel tenha ficado para trás devido ao ótimo conceito de funcionalidade daquele antigo morador. 😉
Dica 3: Foque na estética após a conclusão da setorização

Uma vez que você setorizou todo o seu espaço, definiu o que fica em que área e a quantidade de objetos você precisa armazenar em cada móvel, chegou a hora de usar seus poderes de decoração e deixar a harmonia da beleza revestir o que a harmonia da organização já assegurou.
Esse é o momento de dar uso (ou novos usos) aos seus belos recipientes e de adquirir novos organizadores que, além de belos, agora servirão a um propósito bem específico.
O tempo certo para agradar o sentido estético
Qualquer ambiente pode se beneficiar com a sensação de aconchego que a harmonia visual nos oferece. Só é necessário não confundirmos a ordem das coisas para não comprometermos o resultado. Afinal, ninguém pendura quadros nas paredes antes do término das obras, certo? Primeiro a base funcional, depois a decoração.
Criado mudo - Funcionalidade aliado ao design | Organizadoras
julho 1, 2018[…] tenho uma outra matéria falando sobre “Estética X Organização”, confere aqui como ela […]